segunda-feira, 5 de julho de 2010

MALUNGUS


Foto: Pedro Portugal


UM APELIDO CARINHOSO DO PESSOAL DA NO ATO CULTURAL DE MINAS GERAIS

Pensar em como o teatro ainda não é disciplina obrigatória no ensino brasileiro, é interromper os momentos de doçura dos artistas do Mulungu, olhando atentamente para os bonecos manipulados por eles próprios, ou será o contrário? As mãos deixando resvalar por debaixo do tecido rude, com massa de papel machê e o frágil movimento do manipulado, que vez ou outra, torna-se manipulador, nem que seja de atenção. A manipulação desses bonecos feita com tamanha perfeição vem de Igarassu, uma cidade mágica (não conheço, mas posso afirmar conhecendo exemplares de sua gente determinada, habilidosa e de expressiva sensibilidade). A manipulação utilizada deixa o manipulador de rosto limpo. [Sempre suspeitei que os panos negros tampavam a face dos que não assumem o domínio dos dedos por bonecos, mas os malungus preferem deixar as faces e as mãos livres- A dependência é mútua] Enquanto isso dois planos no palco brincam de morto vivo, e a platéia já não sabe o que quer escolher de verdade. Preferimos a luz amarela num local perto da cidade, onde galinha, pai, filho e ladrão nos tiram da zona de conforto.
Em entrevista informal após o espetáculo, os jovens artistas falaram sobre o processo de criação e manipulação de bonecos. “Vimos na internet que havia uma arte japonesa de manipulação de bonecos que os artistas ficavam muitos anos aprendendo a manipular gestos e expressões. Porém, criamos os bonecos, experimentamos e criamos o roteiro, assim com idéias do grupo”. E acrescentaram sobre um misterioso fato: “Não falem que os bonecos são manipulados, eles estão ouvindo”, o ator apontava para uma mala.

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